terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Educação online - Resenha Crítica

MORAN, José Manuel. Contribuições para uma pedagogia da educação online. In: SILVA, Marcos (org.). Educação online: teorias, práticas, legislação, formação corporativa. São Paulo: Loyola, 2006. (pg. 41/52).

O texto apresenta os novos desafios da educação no contexto atual, na qual se insere um novo modelo de educação como alternativa para atender as novas demandas sociais que se apresentam cada vez mais complexas e desafiadoras, o que requer mudanças no modo de conceber a educação dos sujeitos.
Para isso, o autor nos apresenta elementos para a construção de uma nova pedagogia, de modo a contribuir significativamente para a Educação a Distância, como também, para os cursos na modalidade presencial, sendo esta denominada de educação online.
O texto, com doze páginas, está organizado em tópicos, iniciado com uma introdução, a qual nos dá uma idéia geral do texto. No primeiro tópico o autor discute sobre os múltiplos papéis do educador neste novo modelo de educação, seguida de uma discussão sobre questões que se colocam a cerca da educação online. Seguindo o texto, o autor apresenta um tópico sobre as tecnologias na educação online, destacando a internet, e discute, em outro tópico, as dificuldades existentes na educação online, por ser esta uma pedagogia ainda recente, o que traz inseguranças quanto a sua aceitação. Por fim ele fala desse modelo de educação nos cursos presenciais, apresentando, em seguida, uma proposta pedagógica para os cursos semipresenciais pela internet.
A educação online tem surgido como um meio inovador para a prática pedagógica no contexto atual, resultado dos avanços das tecnologias de informação e comunicação, na qual se insere a internet.
Esse modelo de educação torna-se promissora, trazendo contribuições significativas não só para a Educação a Distância, mas, sobretudo para a educação presencial, possibilitando, para esta, maior flexibilidade em termos de tempo e espaço, além de ampliar os espaços de ensino-aprendizagem, antes unicamente a sala de aula.
Por meio da portaria nº 2.253 do Ministério da Educação, fica estabelecido que 20% da carga horária total dos cursos superiores devem ser ofertados a distância, sendo esta medida, uma etapa inicial para a criação da cultura online.
A educação online possibilita a formação em massa com qualidade, além de constituir formas inovadoras de aprendizagem, tanto presencial quanto virtualmente, graças ao avanço das conexões pela internet e outros meios de interação e comunicação online.
É fato que a Educação a Distância é alvo de constantes críticas, sendo vista com desconfianças, quando não com resistência ativa. Isso precisa ser quebrado, tendo em vista as novas demandas sociais da contemporaneidade, decorrente das transformações ocorridas com o surgimento das novas tecnologias de informação e comunicação.
Essas transformações afetam diretamente as instituições de ensino, as quais precisam adequar-se a essa nova realidade, constituindo um desafio para estas unidades educacionais, quanto à questão de educar com as novas tecnologias.
É neste contexto que se insere a Educação Online como alternativa para essa nova demanda da sociedade e, por que não dizer, do mercado de trabalho, o que se faz necessário as mudanças na educação presencial, cujas instituições de ensino presencial continuam, ainda, presas a paradigmas tradicionais, conservando práticas que promovem cada vez mais o distanciamento dos anseios da sociedade contemporânea.
Essa nova forma de conceber a prática educativa exige mudanças no papel do professor, o qual participa de forma diferente e exerce diferentes papéis em diferentes situações que se lhe apresentam na Educação Online. Ele precisa está sempre aprendendo a trabalhar com as tecnologias, de modo a facilitar o trabalho pedagógico com os alunos.
É fato que o avanço das tecnologias de informação e comunicação coloca algumas questões para a Educação Online, principalmente quanto à metodologia mais adequada a ser utilizada, de modo a construir o conhecimento de forma significativa e satisfatória. Para isso, faz-se necessário um bom planejamento das aulas, das atividades e uma boa comunicação do professor, sendo, com isso, possível uma aula para 200 alunos, por exemplo, em espaços físicos diferentes, com a utilização de um recurso online.
A proposta apresentada pelo autor Moran de criar uma pedagogia da Educação Online, constitui, a meu ver, uma proposta bastante pertinente diante do contexto social, político, econômico, cultural e ideológico que estamos vivendo atualmente. Sendo assim, integrar o presencial ao virtual, de modo a garantir uma aprendizagem significativa ao aluno, constitui um modelo de educação compatível com as demandas sociais vigente, impulsionadas pelas transformações tecnológicas.
Olhando a Educação a Distância por essa óptica apresentada por Moran, não resta dúvida de que a qualidade do processo ensino-aprendizagem se fará presente, haja vista que, nesta perspectiva, a interação professor/aluno é possível em tempo real, possibilitada pelo uso da internet.
Sempre tenho dito que os cursos na modalidade a distância, sem a interação mais direta do professor e do aluno, deixa a desejar quanto a qualidade da formação desse aluno, pois não garante o controle sobre a sua aprendizagem, nem assegura se o aluno realmente realiza as atividades propostas no curso, embora deva considerar que o aluno é responsável por boa parte de sua formação, por meio de esforços próprios.
No caso dos cursos semipresenciais, estes possibilitam essa interação professor/aluno, a qual considero essencial à construção do conhecimento pelo aluno, sendo uma proposta pedagógica rica por seu caráter flexível, em termos de tempo e espaço.
Então, unir o que há de melhor do presencial – a presença física daqueles envolvidos no processo ensino-aprendizagem – com o melhor do virtual – comodidade de se comunicar a distância, em tempo real – é, sem sombra de dúvidas, uma proposta pedagógica bastante interessante para o atual contexto, e que assegura, também, um ensino de qualidade e, consequentemente, uma aprendizagem satisfatória.
Esta é uma excelente obra que contribui significativamente para a reflexão do professor a cerca das novas concepções de educação, fornecendo elementos para uma prática pedagógica coerente com o contexto contemporâneo, na qual o uso da tecnologia, em particular o uso da internet, tornou-se ferramenta necessária e até mesmo indispensável à prática docente nos dias de hoje. É uma obra importante também, para os professorandos, contribuindo para uma formação em consonância com o que se acredita ser fundamental à prática pedagógica na contemporandeidade.
José Manuel Moran é graduado em Filosofia pela Faculdade Nossa Senhora Medianeira, com Mestrado e Doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo – USP. Atualmente é professor aposentado de Comunicação na USP, tendo experiências nas áreas de Comunicação e Educação, com ênfase em inovações na educação presencial e a distância, com apoio das tecnologias.
O presente texto é uma resenha crítica desenvolvida por Marcelo Nóbrega Nunes, graduando em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Campus de Caicó/RN, a qual compõe atividade para aferição de nota na disciplina Educação a Distância, ministrada pela professora Dra. Tânia Cristina Meira Garcia, em colaboração com o monitor Israel Maria dos Santos Segundo.
            

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Educação a Distância: uma questão em debate


Marcelo Nóbrega Nunes
Luzia Alcinete Lucena de Medeiros

            A Educação a Distância é uma modalidade de ensino emergente no contexto atual, resultado de políticas que visam ampliar o acesso de todos ao conhecimento. É, pois, pautado na política de universalização e democratização do ensino que a Educação a Distância ganha expressivo destaque, uma vez que atende a um público maior de alunos, com menores custos.
            Na Educação a Distância alunos e professores estão separados no espaço e/ou no tempo, interligados por meio de tecnologias. Isso é possível graças ao avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s).
            Estamos na era da informatização, na qual o uso de tecnologias tornou-se essencial e até mesmo, indispensável no cotidiano das pessoas. Utilizando-se como recurso pedagógico, as TIC’s constituem a essência da Educação a Distância, possibilitando que alunos e professores interajam virtualmente, mediados por tecnologias.
            É crescente o número de pessoas que buscam sua formação na modalidade à distância, pela praticidade, uma vez que não é preciso está fisicamente presente às aulas, porém apresenta-se com o mesmo rigor de organização e sistematização do ensino presencial.
            São várias as críticas atribuídas à Educação a Distância por se tratar de uma modalidade de ensino ainda recente no nosso país, o que traz insegurança quanto à qualidade do serviço prestado. Sendo assim, alguns questionamentos são comuns quando se discute Educação a Distância.
            Nesse sentido, sabendo-se que a essência do processo ensino-aprendizagem está na interação professor/aluno e aluno/aluno, a interação possível na Educação a Distância, na qual se utiliza a tecnologia como mediadora do processo ensino-aprendizagem, é suficiente para a garantia do sucesso deste processo? O aluno, sendo autodidata, consegue construir satisfatoriamente o seu conhecimento sem uma presença mais assídua da figura do professor? É possível um ensino de qualidade sem a presença do diálogo entre os atores que participam do processo ensino-aprendizagem? Quando pensamos em formação docente, a Educação a Distância não se torna contraditória, uma vez que a tecnologia retira de cena o professor ou, pelo menos, minimiza o seu trabalho?
            Estes são alguns questionamentos importantes que orientam o debate em torno da Educação a Distância, sendo indispensável essa discussão, pois esta modalidade de ensino tem alcançado expressivo crescimento nas últimas décadas no nosso país. Sendo assim, torna-se pertinente esse debate, de modo a esclarecer alguns equívocos que perpassam a discussão em torno da Educação a Distância, pondo em questão, principalmente, a sua qualidade.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Educação no RN

 
          A professora Amanda Gurgel descreve a realidade nua e crua das escolas públicas do RN, que não é diferente das do restante do país. Aí eu pergunto: Qual o compromisso que os governos têm para com a educação do nosso país? 
          A quase dois meses cerca de 300 mil alunos em todo o RN estão sem aulas. É esse o tratamento que é dado a educação das nossas crianças e jovens no nosso estado. Uma vergonha! A mídia veicula propagandas que valorizam o trabalho do professor, mas na prática é esse o "respeito" que é dado a essa classe trabalhadora. 
          O governo endurece de um lado e os professores do outro, e quem paga a dívida dessa luta são os alunos. Até quando vai isso?  

domingo, 8 de maio de 2011

SBPC 2011: rumo a Goiânia

Este ano é a 63ª Reunião Anual da SBPC, que acontecerá de 10 a 15 de julho em Goiânia/GO. O trabalho de pesquisa que desenvolvo, juntamente com o professor Ms. Marcos Alberto Dantas, foi aceito, o que nos dá a imensa satisfação de estarmos participando do maior evento de pesquisa científica do Brasil. Segue abaixo o nosso resumo:



 

Ciências Humanas / Educação / Administração Educacional

CULTURA ORGANIZACIONAL DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA REGIÃO DO SERIDÓ NORTE-RIO-GRANDENSE: UMA VISÃO GERAL

Marcelo Nóbrega Nunes
marcelosjs@bol.com.br
Graduando em Pedagogia – UFRN/CERES/Campus de Caicó/RN

Marcos Alberto Dantas
socram@ufrnet.com.br
Professor Ms./Orientador – UFRN/CERES/Campus de Currais Novos/RN



INTRODUÇÃO
Considerando que o estudo da Cultura Organizacional nos possibilita compreender as particularidades de uma determinada organização, neste estudo sistemático sobre a cultura da organização escolar buscamos refletir sobre a realidade das escolas públicas da região do Seridó norte-rio-grandense, frente às mudanças ocorridas no âmbito educacional, quando da implementação de novos paradigmas gerenciais na educação pública brasileira. Conhecer a cultura da escola é de fundamental importância, uma vez que fornece ao gestor/administrador um conjunto de elementos que o faz compreender as dificuldades que a escola enfrenta ao ajustar-se ao atual contexto político-educacional, haja vista que muitas dessas dificuldades decorrem de fatores culturais. Já existem estudos sobre a Cultura Organizacional no ambiente escolar, porém não há, ainda, nenhum voltado para as escolas públicas, o que torna este trabalho de grande significância para esta região.

MÉTODOS
A pesquisa desenvolveu-se a partir da análise de referenciais teóricos dos campos da Administração, acerca da Cultura Organizacional, e da Pedagogia, por meio de obras já publicadas que abordam a Cultura Organizacional no ambiente escolar. De porte desses fundamentos teóricos, realizamos observações em várias escolas públicas da região do Seridó norte-rio-grandense, a fim de constatar do ponto de vista empírico como a cultura da escola influencia o desempenho administrativo, bem como a percepção, a satisfação e o comportamento dos sujeitos que integram o ambiente escolar.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esse estudo nos possibilitou a constatação de que a cultura da escola é um elemento norteador das ações coletivas dos seus diferentes atores que a integram. Percebemos, também, que as dificuldades em as escolas mudarem suas concepções, historicamente construídas, decorrem de fatores culturais que estão arraigados e que torna problemática a mudança no interior da organização. Teixeira (2002) destaca que “o processo de mudança implica quebra das resistências, o que consiste na desconfiguração de informações e criação de satisfações psicológicas acompanhadas de mecanismos que permitam a redefinição cognitiva como meio de desenvolver novas concepções” (p. 31). Ao se estudar a cultura de uma organização é indispensável que se compreenda o clima desta, o qual está ligado ao grau de satisfação dos sujeitos no ambiente de trabalho, e que é resultado da percepção, da interpretação e da reação que os sujeitos expressam quando do seu contato com a instituição, sendo este um fenômeno temporal.  

CONCLUSÃO
Ao fazermos o cruzamento entre o que os estudos teóricos apresentam a respeito da Cultura Organizacional e o que observamos no cotidiano das escolas públicas da região do Seridó norte-rio-grandense, chegamos ao ponto de defender que a pesquisa de Cultura Organizacional, típica do campo da Administração, deve ser desenvolvida também nos ambientes escolares, uma vez que a escola é concebida como uma organização social, tal como uma empresa, porém com objetivos e finalidades diferentes. Os estudos teóricos e empíricos da Cultura Organizacional da escola apresentam-se como elementos importantes para a superação das dificuldades geradas quando da mudança de paradigmas no âmbito educacional, que levam as mudanças no âmbito escolar. É provável que o gestor/administrador, tendo a compreensão da cultura de sua escola e a consciência da influência desta nas ações coletivas de seus diferentes atores, torna mais fácil para ele propor medidas coerentes de superação das dificuldades, visto que o mesmo irá agir frente à realidade do meio em que atua.

Instituição de fomento: UFRN/PROPESQ

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:
Cultura Organizacional
Mudança
Escola Pública

FIM DO ESTÁGIO: hora da despedida

Chegou a hora da despedida!
Levo no meu coração os vossos sonhos de crianças puras, sinceras, transparentes.
Vejo-vos como flores a desabrochar num jardim muito belo que jamais sairá da minha memória.
Sei que, gritei, berrei, zanguei-me.
Sei que não tinha esse direito, mas os adultos são assim!
Permanecerá a lembrança dos vossos rostos sempre sorridentes e felizes que compreendiam tudo silenciosamente, que acalmavam a minha injusta conduta de "adulto" para convosco.
Acima de tudo vejo a amizade, o carinho, a enorme ternura que sempre senti por vocês.
Por todos vocês!
Não esquecerei nem um de vocês, podem estar certos disso.
O eterno rosto pessoal, um a um.
Estou plenamente convicto que nesta hora do adeus desejo levar vocês para sempre comigo, prender a vossa atenção a tudo o que aconteceu e, acima de tudo, pedir a vocês desculpas.
O meu pedido de desculpa prima por ser autêntico, verdadeiro, sincero e, sei que todos vocês, sem esquecer um, me perdoará, com um abraço sem mágoa, pois são pessoas sensíveis, não só nas tristezas, mas também, nas alegrias da vida.
Fostes traquinos, inquietos, mas isso só vos dá um valor incalculável por amardes e nutrirdes pela existência de uma riqueza imensa.
As suas brincadeiras são fruto da vossa branda e doce altura para o fazer.
O vosso irreverente comportamento foi alvo de comentários em todos os pontos da escola. Talvez, não tivessem outro assunto para conversarem.
Para mim, como educador, mesmo que em formação, fico feliz pela compreensão, paciência e alegria com que aceitastes as minhas censuras aos vossos atos, talvez menos corretos, que assumi para convosco para melhorar a situação, embora, por vezes, a dureza das palavras exigisse outra solução mais entendedora e calma.
Cada gesto, cada palavra, cada som, cada atitude de vocês, serão preservadas como um tesouro imenso, uma riqueza incalculável, no meu coração.
Nesta hora da despedida, só me ocorre uma frase: OBRIGADO E ATÉ SEMPRE!