sábado, 17 de agosto de 2013

O PAPEL DO PROFESSOR NA PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS

Bem sabemos que a educação escolar é desenvolvida com o auxílio de materiais didáticos, estes entendidos como sendo “qualquer tipo de ajuda que permita que as pessoas envolvidas no processo educativo possam atingir seus objetivos no processo de construção do conhecimento”.
Sendo assim, cabe ao professor, uma vez que é este quem lida diretamente com o ensino na escola, selecionar e organizar os materiais didáticos de acordo com o que, metodologicamente e objetivamente, propõe-se a desenvolver em sua prática docente.
O professor é, tão somente, responsável pela elaboração desses materiais, os quais servirão de suporte no processo de ensino e aprendizagem para que os objetivos, previamente estabelecidos, sejam efetivamente atingidos.
Para isso, faz-se necessário que o professor possua conhecimentos pedagógicos, de modo que contribuam na produção e organização de materiais didáticos a serem utilizados no processo educativo. Daí ser fundamental a formação inicial e continuada de professores, dando-lhes fundamentos teórico-metodológicos necessários para um trabalho consciente e reflexivo do seu papel formador.
Não há como o professor produzir materiais didáticos sem que, para isso, faça um exercício crítico e reflexivo, no qual se leve em consideração o contexto social, econômico, político e cultural do aluno, bem como o seu desenvolvimento cognitivo. Isso pressupõe, necessariamente, um conhecimento pedagógico na área.
Não querendo prolongar uma discussão em torno da questão do livro didático para não incidir em erros ou equívocos, mas, considerando ser fundamental que se discuta, visto que é o material de maior utilização pelo professor no processo educativo (digo sem fundamento científico), cabe aqui tecer alguns comentários.
É fato que muitos professores (pode-se até afirmar que a grande maioria deles) ficam presos quase que único e exclusivamente ao livro didático, o que acaba por inviabilizar uma formação mais ampla, no sentido de fornecer ao aluno um ensino em que o uso NTIC’s, por exemplo, se faça presente. Esse aparato tecnológico é essencial para uma aprendizagem significativa ao aluno, uma vez que se considera o contexto da sociedade da informação em que estamos vivendo atualmente, no qual o uso das tecnologias se torna cada vez mais necessárias e, muitas vezes, até indispensáveis.
Então, não se pode limitar os materiais didáticos ao livro que é utilizado em sala de aula, mas, sobretudo, deve-se elencar uma outra infinidade de materiais que são de uso cotidiano do aluno, os quais atenderão melhor ao que se objetiva no processo de ensino e aprendizagem. E isso cabe ao professor produzir esses materiais complementares ao livro didático. 
Diante disso, fica evidente o papel do professor na produção de materiais didáticos a serem utilizados no processo educativo, de modo que as metodologias de ensino, na qual se inclui aí o uso desses materiais, contribuam para que o aluno construa o seu conhecimento de forma efetiva e que os objetivos de aprendizagem sejam, enfim, alcançados.
No contexto atual em que se considera a complexidade na construção do conhecimento, é imprescindível que o professor desenvolva sua prática a partir de uma abordagem transdisciplinar e/ou interdisciplinar, o que requer uma postura didático-pedagógica do docente coerente com o princípio formativo que embasa as práticas de ensino na contemporaneidade.
Sendo assim, torna quase que impossível desenvolver um trabalho transdisciplinar e/ou interdisciplinar na escola quando se adota apenas o livro como material didático. É preciso que o professor produza outros materiais a serem utilizados no processo educativo nessa perspectiva, atendendo ao que se postula ser fundamental ao ensino no contexto atual. Para isso, reforço a necessidade de uma formação que dê condições ao professor para que este produza os materiais didáticos, indispensáveis à sua prática pedagógica na escola.
Não há como o professor fugir de uma formação continuada, até porque vivemos em uma sociedade em que as coisas mudam constantemente e, ao passo que isso acontece, faz-se necessário que o docente esteja sempre atento a essas mudanças para que sua prática pedagógica atenda as exigências do contexto atual.


REFERÊNCIA:


OLIVEIRA, Leonor de Araújo Bezerra. Transdisciplinaridade e complexidade: similaridades e diferenças entre material didático-pedagógico para as modalidades presencial e a distância. Curso de especialização em ensino de língua portuguesa e matemática numa abordagem transdisciplinar. Módulo IV. Unidade 2. UAB. IFRN, 2013.