Bem
sabemos que a educação escolar é desenvolvida com o auxílio de materiais
didáticos, estes entendidos como sendo “qualquer tipo de ajuda que permita que
as pessoas envolvidas no processo educativo possam atingir seus objetivos no
processo de construção do conhecimento”.
Sendo
assim, cabe ao professor, uma vez que é este quem lida diretamente com o ensino
na escola, selecionar e organizar os materiais didáticos de acordo com o que,
metodologicamente e objetivamente, propõe-se a desenvolver em sua prática
docente.
O
professor é, tão somente, responsável pela elaboração desses materiais, os
quais servirão de suporte no processo de ensino e aprendizagem para que os
objetivos, previamente estabelecidos, sejam efetivamente atingidos.
Para
isso, faz-se necessário que o professor possua conhecimentos pedagógicos, de
modo que contribuam na produção e organização de materiais didáticos a serem
utilizados no processo educativo. Daí ser fundamental a formação inicial e
continuada de professores, dando-lhes fundamentos teórico-metodológicos
necessários para um trabalho consciente e reflexivo do seu papel formador.
Não
há como o professor produzir materiais didáticos sem que, para isso, faça um
exercício crítico e reflexivo, no qual se leve em consideração o contexto
social, econômico, político e cultural do aluno, bem como o seu desenvolvimento
cognitivo. Isso pressupõe, necessariamente, um conhecimento pedagógico na área.
Não
querendo prolongar uma discussão em torno da questão do livro didático para não
incidir em erros ou equívocos, mas, considerando ser fundamental que se
discuta, visto que é o material de maior utilização pelo professor no processo
educativo (digo sem fundamento científico), cabe aqui tecer alguns comentários.
É
fato que muitos professores (pode-se até afirmar que a grande maioria deles)
ficam presos quase que único e exclusivamente ao livro didático, o que acaba
por inviabilizar uma formação mais ampla, no sentido de fornecer ao aluno um ensino
em que o uso NTIC’s, por exemplo, se faça presente. Esse aparato tecnológico é
essencial para uma aprendizagem significativa ao aluno, uma vez que se
considera o contexto da sociedade da informação em que estamos vivendo
atualmente, no qual o uso das tecnologias se torna cada vez mais necessárias e,
muitas vezes, até indispensáveis.
Então,
não se pode limitar os materiais didáticos ao livro que é utilizado em sala de
aula, mas, sobretudo, deve-se elencar uma outra infinidade de materiais que são
de uso cotidiano do aluno, os quais atenderão melhor ao que se objetiva no
processo de ensino e aprendizagem. E isso cabe ao professor produzir esses
materiais complementares ao livro didático.
Diante
disso, fica evidente o papel do professor na produção de materiais didáticos a
serem utilizados no processo educativo, de modo que as metodologias de ensino,
na qual se inclui aí o uso desses materiais, contribuam para que o aluno
construa o seu conhecimento de forma efetiva e que os objetivos de aprendizagem
sejam, enfim, alcançados.
No
contexto atual em que se considera a complexidade na construção do
conhecimento, é imprescindível que o professor desenvolva sua prática a partir
de uma abordagem transdisciplinar e/ou interdisciplinar, o que requer uma
postura didático-pedagógica do docente coerente com o princípio formativo que
embasa as práticas de ensino na contemporaneidade.
Sendo
assim, torna quase que impossível desenvolver um trabalho transdisciplinar e/ou
interdisciplinar na escola quando se adota apenas o livro como material
didático. É preciso que o professor produza outros materiais a serem utilizados
no processo educativo nessa perspectiva, atendendo ao que se postula ser
fundamental ao ensino no contexto atual. Para isso, reforço a necessidade de
uma formação que dê condições ao professor para que este produza os materiais
didáticos, indispensáveis à sua prática pedagógica na escola.
Não
há como o professor fugir de uma formação continuada, até porque vivemos em uma
sociedade em que as coisas mudam constantemente e, ao passo que isso acontece,
faz-se necessário que o docente esteja sempre atento a essas mudanças para que sua
prática pedagógica atenda as exigências do contexto atual.
REFERÊNCIA:
OLIVEIRA, Leonor de Araújo Bezerra. Transdisciplinaridade e complexidade:
similaridades e diferenças entre material didático-pedagógico para as
modalidades presencial e a distância. Curso de especialização em ensino de
língua portuguesa e matemática numa abordagem transdisciplinar. Módulo IV.
Unidade 2. UAB. IFRN, 2013.