domingo, 7 de novembro de 2010

Educação, Juventude e Cidadania

            Vivemos em um contexto social em que se apresenta com elevado grau de desigualdades, necessitando de políticas públicas que visem minimizar esta problemática, de modo que os sujeitos, marginalizados da sociedade, tenham acesso à educação, a cultura, ao esporte e ao lazer, importantes para o pleno exercício da Cidadania. Nessa perspectiva, buscamos desenvolver um projeto que busque, por meio de práticas sócio-educativas, contribuir para uma formação cidadã dos jovens sabugienses que se encontram em situação de risco, expostos às práticas sociais avessas aos princípios éticos e morais da sociedade.
            A educação como instrumento indispensável para a formação do sujeito, tem um papel fundamental na transformação social. Paulo Freire dizia que “se a educação não transformar a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda”. É, pois, acreditando nisso que pleiteamos desenvolver este trabalho, com vistas para a promoção da Cidadania do jovem sabugiense. É por meio da educação que o sujeito tem acesso aos conhecimentos de mundo, os quais devem ser construídos na coletividade e mediados por aqueles que apresentam um conhecimento mais elaborado, de modo que as aprendizagens tornem-se significativas e úteis para a sua vida cotidiana. Esses conhecimentos que são construídos a partir das relações que se estabelecem no âmbito social, devem está fundamentados nos princípios formativos que atentem para a formação de sujeitos conscientes, ativos e críticos na sociedade, sintonizados com a promoção do desenvolvimento sustentável.
Nosso objetivo com este trabalho é construir e difundir conhecimentos básicos e práticos que contribuam para a construção moral e social de jovens, por meio da promoção da cultura e do lazer, em pleno exercício da cidadania e responsabilidade sócio-ambiental. Nessa perspectiva, buscamos promover a integração dos jovens, socialmente marginalizados, no contexto social, visando à melhoria da qualidade de vida. Além disso, visamos oferecer a esses jovens, ferramentas de trabalho para facilitar o acesso ao mercado de trabalho e uma educação ambiental, com o objetivo de imprimir nos sujeitos a responsabilidade de preservação do meio ambiente. 
Este projeto está em construção e é coordenado por Camila Gabrielle (Graduanda em Geografia) e por Marcelo Nóbrega (Graduando em Pedagogia), contando com a colaboração de vários universitários de diferentes cursos (Geografia, História, Pedagogia, Matemática e Filosofia), no qual iremos trabalhar em quatro segmentos: Educação, Meio Ambiente, Cultura e Esporte e Lazer.
Nosso objetivo é "promover a Cidadania da juventude sabugiense por meio de atividades sócio-educativas, culturais, esportivas e de lazer, visando à melhoria da qualidade de vida dos jovens em situação de risco". Para isso, desenvolveremos atividades educativas de orientação acerca de temas considerados importantes para o público juvenil, tais como: sexualidade, gravidez na adolescência, drogas, prostituição, convivência familiar, entre outros; atividades teórico-práticas de preservação do meio ambiente; atividades de incentivar a promoção da cultura por meio das mais variadas manifestações: gincanas, apresentações teatrais, entre outras; e atividades de esporte e lazer. Além disso, viabilizar a promoção de cursos profissionalizantes dos mais variados segmentos para os jovens atendidos pelo projeto.
Buscaremos parcerias para que possamos executar este projeto, e assim, dá uma contribuição para a juventude sabugiense que carece de políticas públicas e oportunidades para mostrar o seu potencial. É com a união e força de vontade que pretendemos desenvolver estas atividades e promover a cidadania à juventude sabugiense. Então, junte-se a nós.    
  

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido


Paulo Freire, educador brasileiro e considerado cientista da educação, escreveu a obra Pedagogia da Esperança, que considerada como um “re-dizer” e um reencontro com a Pedagogia do Oprimido, obra escrita e publicada por ele em 1967. Trata-se de releitura crítica onde o autor se reencontra com o primeiro texto. Ele reler a partir das transformações que se dão na realidade e a partir também das críticas recebidas por aqueles que não entenderam a Pedagogia do Oprimido ou discordaram dela.

A centralidade da proposta educacional de Paulo Freire está na ligação que ele faz da educação com a transformação da sociedade. Ele defende a idéia de que a educação tem um papel importantíssimo com o processo de libertação da pessoa humana. Partindo da idéia de que vivemos num estado de opressão constante, os sujeitos que promovem a educação devem utilizá-la como instrumento eficaz de transformação.

A Pedagogia da Esperança se apresenta como um aprofundamento da obra anterior, a que faz referência durante todo o texto. Ele reafirma as primeiras convicções, buscando responder com mais clareza os pontos principais e relevantes. A pedagogia construída por Paulo Freira é uma pedagogia que se constrói a partir da realidade das massas oprimidas. Por isso, ele defende a idéia de que a realidade sofrida das massas é o lugar da construção do saber popular. Um saber que tem cientificidade, mas que está intimamente ligado com a praticidade da vida comum do povo simples.

Ele fala que a esperança é uma “necessidade ontológica” do ser humano. Este precisa da esperança e do sonho para viver e construir um mundo melhor. A educação tradicionalista (pragmática) não leva em consideração o sonho e a esperança; antes, desmerece plenamente o autêntico sentido e valor de ambos, anulando assim a possibilidade do conhecimento transformador. A educação pragmatista promove a adequação do sujeito à ordem social, ou seja, simplesmente ajuda o sujeito a se conformar com aquilo que está estabelecido.

Não se trata de qualquer esperança, mas de uma “esperança crítica”, ou seja, uma esperança que não torna a pessoa estática (paralisada, alienada no tempo), mas que leva para a ação. É uma esperança não-saudosista, uma esperança que faz a pessoa enxergar o opressor “fora de si”, levando-a, ainda, a reinventar a própria realidade e reconfigurar a vida. Desta forma, a educação é como que um “motor” de transformação social, mas que sozinha não pode transformar. A transformação só é possível quando a educação está atrelada à prática política do sujeito. Aqui entra o aspecto da democratização da escola pública, do ensino e de todo o processo ensino-aprendizagem.

A escola precisa falar para o mundo e não para si mesma. Ela precisa levar a pessoa a entender a palavra, mas antes desta, o mundo que o circunda. Ele diz enfaticamente que “a leitura do mundo é anterior à leitura da palavra”, por isso, que no seu método, Paulo Freire defende uma leitura do mundo do estudante, antes de levá-lo ao encontro do puro saber teórico. A realidade crua e nua precisa ser enfrentada pelo educando, que auxiliado pelo educador aprende a fazer uma leitura da realidade pelo viéis da esperança. Esta o leva a superar aquilo que Paulo Freire chama de “situações-limite”.

Ele também fala da importância da linguagem e defende a idéia de que esta é o caminho para a invenção da cidadania. A linguagem tem um papel muito importante na história, pois ela consegue formular e desmascarar as ideologias opressoras e alienantes. O educando, chamado a ser sujeito cognoscente, é um ser de linguagem. A linguagem proporciona a compreensão do pensar e este é chamado a repensar o homem também como ser relacional.
A obra fala ainda da superação dos sectarismos através do ato de educar. Só que não é qualquer ato educacional, mas o ato de educar politicamente. A importância política do ato de educar leva o educando a assumir-se a si mesmo como indivíduo e como classe, libertando-o do “medo da liberdade”. O papel do educador neste processo é de extrema importância, pois a prática educativa que leva em conta o espírito político ou o sujeito como ser social e política é uma prática que também considera o “senso comum” como fonte de saber, pois este revela o que povo pensa e faz, revela a realidade do povo.

Paulo Freire explica ainda o ato de ensinar. O que é ensinar, segundo ele? A resposta é simples: “Ensinar é um ato criador, um ato crítico, não mecânico”. O ato criador de ensinar revela que o educador não pode pensar que é o sabedor de todas as coisas ou que ele leva o saber aos educandos. Isto é pragmatismo. O educador precisa entender que o educando tem um saber a oferecer, pois este não é uma “tábua rasa”, vazia, sem conteúdo. A educação conteudista pensa justamente isto: pensa que o educando não sabe de nada e que veio à escola somente para aprender.

O ato crítico de ensinar revela que toda realidade precisa se compreendida. Nada ocorre por acaso. Tudo tem lugar, personagem, destinatários, causas. Assim, o educador precisa levar o educando a “desconfiar” das coisas tais como se apresentam, pois não há compreensão da realidade sem uma prévia compreensão. O olhar crítico do educando não é o olhar crítico do educador, ou seja, o educando não pode pensar ou ser induzido a pensar conforme o educador. Isto é enquadramento. O educando precisa ser despertado para o pensar e neste encontro fazer o confronto da teoria com a prática social.

Quando o educando pensa sua realidade e a realidade do mundo, tal como este se organiza e funciona, com sua dialética e seus sistemas elaborados, também passar a compreender a história como possibilidade. A história não está pronta, mas é constantemente construída pelos sujeitos sociais e históricos. Nesta construção a luta entra como categoria histórica. Paulo Freire ensina que “é preciso transformar a vida em existência”. Nós existimos. Nós somos. Eu não sou e você não é, mas nos construímos em sociedade. Ele diz a este respeito o seguinte: “Não sou se proíbo você de ser”.

Finalmente, ele fala sobre o medo na vida do oprimido. O medo “paralisa” o oprimido diante do opressor e da opressão. É justamente diante do significado do medo paralisante que ele reforça o conceito de esperança, como elemento fundamental para se recuperar a utopia como sonho possível. O medo é vencido pela esperança que move o ser humano para a luta incansável de um futuro melhor. A leitura crítica da Pedagogia da Esperança nos faz repensar o projeto educacional brasileiro. Trata-se de uma leitura que nos leva a repensar o conceito e o método educacional. Esta magnífica obra de Paulo Freire denuncia a falta de prioridade dos governos brasileiros no que refere à educação de sua gente. Fora da educação libertadora não temos sujeitos conscientes nem transformadores.
Tiago de França

Referência bibliográfica

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: Um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. 245 p.

Obs.: Esta resenha crítica foi apresentada à disciplina de Didática II do Curso de Licenciatura em Filosofia no Instituto Santo Tomás de Aquino.
 
Disponível em: http://teologiaelibertacao.blogspot.com/2009_11_01_archive.html  

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Vitória espetacular de Dilma em São João do Sabugi

A aceitação de Dilma em São João do Sabugi foi algo impressionante. Ela obteve 82,72% dos votos válidos, o que corresponde a 3.261 votos. José Serra obteve apenas 681 votos, o equivalente a 17,28% dos votos válidos. Uma belíssima vitória.

Este é o resultado do reconhecimento ao governo Lula, como afirma o deputado federal João Maia: “A vitória de Dilma representa o reconhecimento do que o governo Lula fez pelo o Brasil nesses últimos anos. Para nós nordestinos, em especial, foi um governo que acreditou na região e nos respeitou” (Blog de Robson Pires).
Esperamos que a candidata eleita faça jus ao seu lema de campanha ("Para o Brasil seguir mudando"), e continui o brilhante trabalho que o nosso presidente Lula tem desempenhado até hoje.

Continue a investir na educação, pois este é o caminho para o desenvolvimento de qualquer nação. É confiando nisso que depositamos o nosso voto em Dilma. Que não nos decepcionemos com o seu governo. Acreditamos no potencial da mulher brasileira e, diga-se de passagem, elas estão podendo. À Dilma, futura presedente do Brasil, e à Rosalba, futura governadora do RN, os nossos parabéns, e que Deus as ilumine e as deem a sabedoria necessária para governar com justiça em prol do povo mais sofrido, que carecem de políticas governamentais que atendam as suas necessidades, que não são poucas.